28 de março de 2012

Improviso que não dá certo: escola funciona há seis anos em açougue desativado em Florianópolis

Pais e alunos protestaram na noite deste terça-feira contra permanência de alunos em instalação improvisada


img Fábio Bispo
@fabiobispo_nd
Florianópolis

Rosane Lima/ND
Gisele espera uma solução para a escola onde a filha de 10 anos estuda



Há seis anos funcionando de forma provisória no prédio de um antigo açougue, a situação dos 280 alunos da Escola Básica Júlio da Costa Neves, na Costeira, é alarmante. Foi o que disseram os cerca de 100 manifestantes da comunidade escolar que fecharam as pistas de acesso a SC-405, entre as 18h e 19h desta terça-feira (27). A iniciativa partiu dos pais que, empunhando cartazes e faixas, esperam a construção da nova escola às margens da Via Expressa Sul. As obras da nova escola foram embargadas pela Prefeitura de Florianópolis no início deste ano.

A antiga escola, fundada em 1946, foi demolida para a passagem da do Elevado da Seta, que liga o Centro ao Sul da Ilha. A escola provisória deveria funcionar no antigo açougue por um ano, mas os alunos estudam em salas de aulas improvisadas, com banheiros precários e até ligações de energia irregulares há pelo menos seis anos. “Eu sonho em ver minha filha na faculdade, com uma educação decente. Mas com essa omissão nossos sonhos só ficam distantes. Tá na hora de dar um basta nisso”, desabafa Gisele Fortunato, 31 anos, mãe de uma das alunas da 4ª série do Ensino Fundamental.

“É o fim da escola pública de qualidade. Não é só aqui, mas em toda a rede estadual”, observou a representante do Sindicato dos Professores, Rosane de Souza. As palavras de ordem acolheram, ainda, reivindicações de comunidades próximas. Como o pedido de uma auditoria nas obras da Escola de Ensino Médio João Gonçalves, que custaram R$ 148,4 mil. “Não sabemos onde foi parar esse dinheiro, porque as reformas não foram feitas”, protesta Rosane.

Leia também: Via Expressa Sul vira área de polêmica na Capital

Publicado em 27/03-20:17 por: Fábio Bispo.
Atualizado em 28/03-11:16 - NDONLINE

Novo Plano Diretor propõe túnel na Trindade e transporte marítimo ligando Ilha e Continente

Anteprojeto foi apresentado nesta terça-feira em audiência pública e será discutido em mais encontros regionais


img Aline Torres
@alinetorres_ND
Florianópolis

Marco Santiago/ND
Prefeitura apresentou nesta terça-feira o anteprojeto do Plano Diretor



Há seis anos é discutida a elaboração do novo Plano Diretor de Florianópolis, mas o ano eleitoral foi escolhido pelos representantes do município para votação e encaminhamento para a Câmara de Vereadores do documento até o fim deste semestre. O anteprojeto foi apresentado, resumidamente, na noite de ontem. São 373 artigos, que propõem a nova cara da cidade e discutem questões básicas como saneamento, crescimento urbanístico, mobilidade, ocupação do solo e preservação ambiental.

Durante a segunda semana de abril serão detalhados os temas para comunidade, que irá aprovar (ou vetar como em 2010) as propostas. As principais mudanças serão a criação de uma rodovia no meio da Ilha ligando o Norte ao Sul; a transformação das praias do Norte e da região do Campeche em pólos urbanísticos e a obrigatoriedade para que construções sejam ocupadas.

Está na pauta, também, a discussão sobre o limite das construções, que não será mais estabelecido por número de andares, mas por metragem (a equipe de engenharia irá especificar os dados no dia 9 de abril). A prefeitura explicou que se não houver estrutura – saneamento, mobilidade – a metragem máxima não poderá ser construída. Mas não cita o mesmo para a mínima.

Serão construídos centros de lazer e cidadania em 13 distritos do município, e ciclovias interligando a Capital. Há projeto para a construção de um túnel na Trindade, para melhorar o fluxo no trânsito; e transporte marítimo, ligando Ilha e Continente em três pontos-extremos e central.

O prefeito Dario Berger exaltou que “o Plano Diretor deixará a cidade mais verde”, pois serão ampliados os terrenos nas áreas de preservação de 42% para 52%. E nas áreas de amortecimento – planícies e encostas, de 17% para 22%. Mas o Continente perderá as áreas vegetais.

O prefeito ressaltou que o Plano Diretor deve “caminhar junto com o Plano de Manejo da futura administração” para execução integral das decisões aprovadas.

Polêmica entre lideranças e município

- Não há consenso entre grupo comunitário e sociedade civil sobre o Plano Diretor. As abordagens variam de acordo com as regiões de Florianópolis. Mas há um ponto de unanimidade: as pesquisas, debates e aprovações do Núcleo Gestor não foram incorporadas ao atual projeto.

- Durante três anos, de 2006 a 2009, foram realizadas diversas audiências nas comunidades para pontuar necessidades de cada região. Em 2009, o prefeito Dario Berger extinguiu o Núcleo Gestor, e contratou a empresa argentina Cepa para realizar o estudo.

- Édio Fernandes, presidente dos Amigos do Estreito, lamenta o esforço para unir a população nos anos anteriores. “Nosso empenho foi desvalorizado.”

- Os mapas das condicionantes ambientais não foram apresentados. “Esse é um alerta do Ministério Público Federal, que aponta irregularidades nessa proposta”, afirmou Telma Piacentini, liderança do Campeche.

- A prefeitura salienta que as condicionantes ambientais estão descritas no projeto e serão detalhadas nas próximas apresentações.

Publicado em 27/03-23:24 por: Paulo Jorge Pereira Cassapo Dias Marques.
Atualizado em 28/03-11:13   Noticia do Dia

Projeto de lei municipal quer proibir a atuação de "DJs" sem fone de ouvido em ônibus coletivos

Foto:  Arte  /  Sandro Zamboni       

Prática já foi proibida em diversas capitais e em Florianópolis pode estar com os dias contados


Laís Novo  |  lais.novo@horasc.com.br               
                  
A batida do funk dita o ritmo dos passos quando ele caminha, gingando, em direção ao Terminal de Integração do Centro (Ticen). Algumas pessoas espiam por cima do ombro, buscando a fonte do som abafado que se propaga pela multidão.

As pequenas caixas de som do celular de Benhur Roger dos Santos, 28 anos, quase não suportam o volume da música, provocando olhares à medida que se aproxima da plataforma de ônibus. Ele ignora, indiferente. Durante a viagem para casa, desligar o som, inclusive dentro do ônibus, nem pensar.

Quem ouve não se importa
— É muito melhor ouvir a música assim. Dá mais impacto. No busão, eu baixo um pouco o volume, pra não incomodar as pessoas, mas o ônibus é público — afirma Benhur, com o apoio do amigo Maico Moraes dos Santos.
— Eu também escuto música alta. As pessoas ficam olhando de cara feia, mas não me importo. Escuto para o meu prazer — defende.

Votação próxima
A prática, que causa polêmica, já foi proibida em diversas capitais. Em Florianópolis, o hábito também pode estar com os dias contados. Tramita na Câmara de Vereadores um projeto de lei que proíbe usuários de transporte público de escutarem música sem fones de ouvido dentro dos coletivos.

Caso seja aprovada, a iniciativa promete acabar com a festa dos "DJs anônimos" dentro dos ônibus. O projeto passou por todas as comissões da casa, com parecer favorável, e a votação em plenário está prevista para os próximos dias.

Passageiros querem respeito
Sem paciência para suportar o trajeto de ônibus escutando a trilha sonora dos outros, o vendedor Natanael Prorck, 31, não se separa dos fones de ouvido e defende que o som alto seja proibido:

— Quando tem alguém fazendo isso no ônibus, eu peço pra pessoa parar. Pode parecer grosseria, mas ruim mesmo é impor que os outros escutem a sua música — argumenta.

Diogo Mendonça, 20, também considera um desrespeito invadir o espaço dos outros passageiros com uma música que pode desagradá-los.

Punição é exagero
Por outro lado, a esportista Patrícia França, 23, acha exagero punir quem escuta música nas caixinhas de som, apesar de defender o uso de fones de ouvido.

— Acho que uma lei assim pode causar constrangimento para os consumidores da música — acredita.

Objetivo é educar o usuário, e não multar
Autor do projeto em Florianópolis, o vereador César Faria explica que a proposta não é punir os infratores, mas conscientizá-los de que é preciso respeitar a privacidade dos outros passageiros no ônibus. Por esse motivo, não estabelece multa para penalizar os infratores, diferente de leis existentes em cidades como Porto Alegre, em que podem ter que se desembolsar até R$ 216.

O texto prevê que seja responsabilidade de fiscais dos terminais, cobradores e motoristas advertir o infrator no momento que causar incômodo. Caso a pessoa mostre resistência, será convidada a se retirar do ônibus.

— Os ônibus terão plaquinhas alertando que o som alto é proibido — diz o vereador.

Fala, povo!
— Acho muito chato e ridículo. É falta de respeito. Alguns tipos de música incomodam as pessoas. Sou a favor da proibição — diz o técnico de informática Yuri Victor Ribeiro, 23 anos.

— Tem que proibir, porque ninguém gosta de todos os estilos de música. É falta de educação. Às vezes, a pessoa tem o celular mais moderno e não é capaz de comprar um fone — diz a estudante Jéssica Pereira, 15 anos.

— Eu já fiz, mas parei porque muitas pessoas ficam olhando de cara feia. Hoje só escuto com fone, mas o som alto é bom pra chamar a atenção das meninas — diz o auxiliar de serviços gerais Dorivaldo Gomes Chaves, 25 anos.

Saiba mais
Cidades que já proíbem
::: Porto Alegre (RS) - Passageiros que escutarem música alta podem ser multados. Os valores variam de R$ 43 a R$ 216.

::: Curitiba (PR) - A lei prevê apenas que o infrator receba uma advertência, sem estabelecer punições.

::: Petrópolis (RJ) - Aprovada no final do ano passado, a lei determina que infratores sejam retirados do veículo e prevê multa para empresas de ônibus que não combatam a prática.

::: São Sebastião (SP) - A lei determina que infratores sejam retirados do ônibus. Em casos de resistência, a polícia é acionada.

::: Vitória (ES) - A polícia pode ser acionada para autuar infratores. Em novembro do ano passado, um homem foi preso por um policial militar que estava no ônibus e pediu que ele desligasse o som.

::: Taubaté (SP) - De acordo com a lei, infratores serão retirados do veículo.

::: São José dos Campos (SP)

Cidades e Estados que estudam a medida

::: Sorocaba (SP)

::: Belém do Pará (PA)

::: Pernambuco (PB)

HORA DE SANTA CATARINA

22 de março de 2012

No Dia Mundial da Água, evite o desperdício e aprenda a ser sustentável

Campanha ressalta que, além de bebermos, precisamos de muita água para comer

Nesta quinta-feira (22) é comemorado o Dia Internacional da Água. Em 2012, o tema é Segurança da Água e da Comida, com a preocupação voltada para o aumento da população e a falta de recursos.

Cada ano tem um tema. Os últimos foram: Água para cidades (2011), Qualidade da Água (2010), Águas Transfronteiriças (2009) e Ano Internacional Sanitário (2008).

Desta vez, o que baliza os debates é a questão de que 7 bilhões de pessoas já habitam este planeta, e o número deve chegar a 9 bilhões até 2050. Cada uma consume, em média, 2 a 4 litros por dia.

Escassez de água pode gerar conflitos no futuro, dizem especialistas
Fórum Mundial da Água e fórum alternativo discordam em soluções

Além disso, segundo o site das Nações Unidas para a data, consumimos ainda mais água ao comer, já que a produção de um bife ou de trigo consume muita água.

Para evitar o desperdício de água, a campanha visa tópicos como dieta sustentável, produtos que consomem menos água, redução de despedício e produção de comida usando menos água.

Use detergentes biodegradáveis
Custam um pouco mais que o convencional, mas rendem mais e poluem menos.
Não lave a louça com a torneira aberta
Ensaboe toda a louça e depois tire o sabão de uma só vez. Ou, se preferir, faça como os europeus: lave a louça com a pia tampada e cheia de água.
Deixe as panelas de molho Principalmente aquelas sujas de molho, de fritura ou com muita gordura. Fazendo isso, você se esforça menos e ainda economiza água na hora de lavá-las.
Não deixe as crianças brincarem com água
Apesar de divertida, a brincadeira pode passar a ideia de que a água é um recurso infinito. Ensine às crianças que a água é um bem precioso e finito.
Reutilize água
A água do último enxágue da máquina de lavar e da chuva pode ser usada para lavar o quintal, regar plantas e até para dar a descarga nos banheiros.
Conserte vazamentos
Uma torneira que pinga a cada cinco segundos libera, ao final de um dia, mais de 20 litros de água. O desperdício ainda faz estrago na conta mensal.
Não use o vaso sanitário como lixeira
Cada descarga acionada em um vaso com válvula utiliza cerca de 15 litros de água. Nos modelos com caixas acopladas, são seis litros.
Em hotéis, evite trocar toalhas e lençóis todos os dias
Ninguém é tão sujinho que não possa trocar a roupa de cama a cada três dias, por exemplo. É uma maneira de economizar água e energia elétrica.
Evite comprar água em garrafinhas plásticas
O ideal é usar apenas uma garrafa, que deverá ser levada sempre com você.  Ela pode ser reabastecida toda vez que for necessário.
Lave o carro a seco
Já existem empresas especializadas nesse tipo de limpeza. Apesar de custar um pouco mais caro, gera uma enorme economia de água.
Torneiras e chuveiros
Use torneiras e chuveiros com arejador, um dispositivo que aumenta o volume da água com bolhas de ar e tem menos vazão. Reduz o consumo em até 30%.
Vaso sanitário
Troque os vasos sanitários de 12 litros por outros de seis litros ou daqueles com duplo acionamento. Numa casa com três pessoas a economia é, em média, de 36 litros de água por dia.

Dia Mundial da Água

História do Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água” (leia abaixo). Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.
Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra. 


20 de março de 2012

Lagoa da Conceição Agonizando

A Comissão de Turismo e Meio Ambiente, realizou nesta terça-feira (20) audiência pública para discutir ações para recuperação e revitalização da Lagoa da Conceição, que atualmente enfrenta problemas de assoreamento e despejo de efluentes.
O debate, aconteceu no Plenarinho da Assembleia Legislativa, às 10 horas. Foi um momento muito importante de discussão sobre o saneamento da Lagoa e de todo o seu entorno, com a participação de entidades ambientais, secretarias estaduais e organizações não governamentais.

A audiência foi proposta pelo Dep. Edison Andrino e contou com também o ministério público federal representado na pessoa da Procuradora Ana Lúcia Rakmen. Todas as falas foram no sentido de que a Lagoa precisa de solução imediata, principalmente a parte sul - Lagoa pequena , onde já não tem mais vida o suficiente para criar peixes e crustáceos. A denuncia de que moradores e comerciantes jogam dejetos in natura nas aguas da Lagoa e que poluições oriundas do Bairro Rio vermelho, Canto da Lagoa e começo do Rio Tavares. O excesso de animais soltos e lixos nas calçadas que com as chuvas são levados para dentro da Lagoa, bem como o elevado teor de coliformes fecais humano e animal é muito alto. Em fim, a comunidade já não suporta mais ver seu "cartão postal" , tratado desta maneira pelas autoridades e moradores sem consciência, e que já não é mais o mesmo  balneário de 35 anos atrás.
O saneamento básico é uma obrigação que não está sendo cumprida por quem de direito.


Prefeituras devem implantar a rede de esgoto, as cias de fornecimento devem fornecer a água tratada, coletar e tratar os esgotos.  As prefeituras não gostam de enterrar canos pois seus administradores (prefeitos) acham que isso não rende retorno, nem econômico nem em votos.
As cias fornecedoras, a maioria estaduais, se limitam a tratar e fornecer a água, e despejam o esgoto in natura em cursos d'água, alegando não ter recursos para para fazer o tratamento de esgoto. Na verdade, elas ficam com a parte mais lucrativa que é a venda da água e não conseguem terceirizar apenas o tratamento de esgoto porque  isso não dá lucro. Nenhuma empresa privada aceita ficar apenas com o prejuízo sem levar a parte lucrativa junto e isso gera um círculo: as cias estaduais não tem dinheiro para investir, mas por querer ceder monopólio de fornecimento de água não conseguem passar adiante o esgoto e tudo fica por isso mesmo.
Porém, o saneamento é um dever desses órgão públicos, o problema é que não se sentem obrigados a fazer. Não é possível continuar com a desculpa de faltas de verbas para as obras necessárias quando pagamos impostos tão altos.




16 de março de 2012

Plano SC Saúde Funciona sem Fisioterapeutas


As empresas afirmam que não houve abertura de negociação com o governo sobre os valores e que por enquanto os profissionais de fisioterapia não fizeram a adesão ao plano.
Associação das Empresas de Fisioterapia da Grande Florianópolis (Assefisio), e as entidades da área tentaram e não conseguiram audiência com a direção do SC Saúde para discutir os valores previstos para a especialidade no edital do plano — a fisioterapia não entrou na negociação que envolveu o Conselho Superior de Entidades Médicas de SC
Pois a remuneração do SC Saúde vai de R$ 12,30 a R$ 21 e não condiz com o mínimo exigido pelo conselho federal de Fisioterapia, o qual estabelece o valor mínimo de R$ 24 a sessão de uma hora.

 A fisioterapia foi ignorada nesse processo de negociação do SC Saúde. A situação ficou delicada e a orientação por enquanto é de não adesão ao plano — segundo representantes da associação.
Se não houver o credenciamento, os segurados que vinham sendo atendidos pelo convênio com a Unimed agora terão de interromper as sessões ou pagar como consultas particulares para continuar o tratamento.
Enquanto vários e vários pacientes tiveram que interromper seu tratamento por tempo indeterminado, ficando a mercê das negociações do governo com as entidades de classe, para poder retomar as suas sessões de fisioterapia que nunca deveriam ser sido interrompidas. Um verdadeiro descaso d governo com o servidor e seus dependentes.
O problema é que sem contrato assinado com o governo, o médico não conseguirá o reembolso da consulta pelo SC Saúde.
O governo recomendou ao servidor que busque médico credenciado ao plano e pede compreensão para imprevistos, mas como ter paciência quando se trata de saúde.
 O SC Saúde substitui o convênio da Unimed a 180 mil segurados, entre servidores públicos estaduais e dependentes. Na Grande Florianópolis, há 125 clínicas de fisioterapia. Mas o servidor só tem acesso às tratamentos pagando.

Dúvidas ou Reclamações: 0800-644-6040

14 de março de 2012

Dia Nacional da Poesia

O Dia Nacional da Poesia, não por acaso, coincide com a comemoração do nascimento do grande escritor baiano Castro Alves. Poeta do Romantismo, foi autor de belíssimas obras, como o “Navio Negreiro” e “Espumas Flutuantes”. Sua arte era movida pelo amor e pela luta por liberdade e justiça.

O que é poesia
Poesia é uma arte literária e, como arte, recria a realidade. O poeta Ferreira Gullar diz que o artista cria um outro mundo “mais bonito ou mais intenso ou mais significativo ou mais ordenado – por cima da realidade imediata”.
Para outros, a arte literária nem sempre recria. É o caso de Aristóteles, filósofo grego que afirmava que “a arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra”.
Declamando ou escrevendo, fazer poesia é expressar-se de forma a combinar palavras, mexer com o seu significado, utilizar a estrutura da mensagem. Isto é a função poética.
A poesia sempre se encontra dentro de um contexto cultural e histórico. Os vários estilos poéticos, as fases de cada autor, os acontecimentos da época e tantas outras interferências muitas vezes se misturam à obra e lhe dão novos significados.

Alguns Brasileiros que poetizaram com excelência:
  • Cruz e Sousa, o mais importante escritor do Simbolismo.
  • Carlos Drummond de Andrade, a dialética do eu com o mundo.
  • Vinícius de Moraes, o poeta das paixões.
  • Adélia Prado, poesia como revalorização do feminino.
  • Castro Alves, o poeta da transição.
  • Thiago de Mello, um poeta na luta humana.
  • Cora Coralina, uma vida simples e poetizada.
  • João Cabral de Melo Neto, da poesia surrealista à poesia do concreto.


10 de março de 2012

Proposta para transformar Reserva do Arvoredo em parque nacional reabre polêmica ambiental

Parlamentartes catarinenses retomaram negociação com Ministério do Meio Ambiente


Proposta para transformar Reserva do Arvoredo em parque nacional reabre polêmica ambiental Edu cavalcanti/Agencia RBS
Visitação é proibida na Ilha, exceto as de caráter educacional com autorização do ICMBio Foto: Edu cavalcanti / Agencia RBS

A região da Ilha do Arvoredo, entre Florianópolis e Bombinhas, chega aos 22 anos com a categoria de Reserva Biológica (Rebio) Marinha cercada por água e polêmicas.

Desde quando a área equivalente a cerca de 16 mil campos de futebol foi oficializada como reserva, no dia 12 de março de 1990, especialistas, políticos e outros representantes da comunidade dividem opiniões sobre qual seria a titulação correta. A dúvida fica entre duas classificações — estipuladas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade — do grupo de proteção integral das unidades de conservação: Parque Nacional ou Reserva Biológica Marinha.

Assista ao vídeo sobre a polêmica em torno da transformação da reserva em parque



A reserva determina a preservação total dos recursos naturais, com a proibição da visitação pública, salvo exceções como pesquisa e educação ambiental. O parque nacional permitiria a realização de atividades de recreação, educacionais e de turismo ecológicos. Em ambos os casos, pesca e construções ficam proibidas e qualquer intervenção deve considerar a manutenção dos ecossistemas.
Propostas para fazer da reserva um parque nacional já foram oficializadas em projetos de lei que tramitaram na Câmara dos Deputados desde a década de 1990. A discussão ganhou novo fôlego no final do mês passado, quando parlamentares catarinenses retomaram a ideia em conversas com o Ministério do Meio Ambiente e com o ICMBio. Apesar de o órgão ambiental de Brasília ter aprovado o encaminhamento e estabelecido uma reunião com o conselho consultivo da atual Rebio, um consenso parece mais distante do que os 35 quilômetros que separam a Ilha da Capital.

Consenso parece distante
Analistas ambientais da Estação Ecológica de Carijós do ICMBio — responsáveis pela fiscalização da área —, pedem uma normatização que garantisse a diversidade de espécies e uma avaliação minuciosa dos impactos que a visitação pública poderia ter, caso houvesse a transformação de titulação.

De acordo com pesquisadores da Universidade Federal (UFSC), ainda não haveria um diagnóstico de todas as espécies da reserva, mas trabalhos sinalizaram que não se trata apenas de um cenário de um colorido que os olhos custam a crer. A região conteria tipos de insetos, de algas e formações de corais raras, além de abrigar e ser rota de passagem de espécies ameaçadas de extinção.

Diante de tanta riqueza natural, para um conjunto de especialistas, ter duas únicas reservas de conservação exclusivamente marinha é um privilégio. Foi, inclusive, pela proximidade com a Rebio Biológica do Arvoredo e de outras duas unidades de conservação — a Área de Proteção Ambiental de Anhatomirim e a Estação Ecológica de Carijós — que o ICMbio da região sul disse "não" à instalação do Estaleiro OSX em Biguaçu, em 2010.

Impulso para o turismo
Em outra direção estão as operadoras de mergulho e um grupo especialistas e políticos miram no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, em Pernambuco, para convencer a mudança. Eles defendem que abrir a região da Ilha do Arvoredo para mergulho contemplativo e até para trilhas pode aproximar a população da natureza, além de dar um impulso ao turismo no litoral catarinense.
Enquanto isso, poucos são os autorizados — e privilegiados — a chegar na área protegida pelo título de reserva e pelos cerca de 25 quilômetros, de um mar nem sempre tranquilo, que a separam da costa.

:: DIFERENÇAS

Reserva Biológica

— Visa à preservação integral dos recursos naturais, sem a interferência humana direta ou modificações ambientais.

— São permitidas medidas necessárias para a recuperação do equilíbrio natural e da diversidade de espécies.

— A visitação é proibida, exceto as de caráter educacional e de pesquisa com a autorização do ICMBio.

— A maior parte das reservas encontra-se na porção terrestre.
As únicas duas reservas com conservação exclusivamente marinha no país são a Rebio Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, com 36,2 mil hectares, e a Rebio Marinha do Arvoredo, com 17,6 mil hectares, no litoral catarinense.

Parque Nacional

— Os parques são o tipo de unidade mais antigo e mais popular no país.

— Possibilitam a pesquisa científica e a realização de atividades de recreação e turismos ecológico.

— O manejo do parques leva em consideração os ecossistemas de cada localidade.

— O mergulho de contemplação e a visitação são permitidos com base no plano de manejo de cada local.

— A pesca é proibida.

— Entre os exemplos de Parques Nacionais Marinhos estão Fernando de Noronha, com 11,3 mil hectares e o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, com 68,9 mil hectares. Em Fernando de Noronha, a entrada de visitantes pode ser feita até por trilhas, e é controlada pelo Ibama.



Fonte: ICMBio

8 de março de 2012

Desejo as MULHERES que todos os dias seus DIREITOS sejam respeitados e novas CONQUISTAS surjam !

Hoje passei o dia tentando escrever algo que simbolize a grandeza de uma mulher e cheguei à seguinte conclusão! Toda mulher tem uma essência maravilhosa e essa essência ninguém conseguirá nunca descrever, pois toda mulher nasce para brilhar e cada uma brilha do seu jeito, mas de uma coisa eu tenho certeza! Toda mulher através de sua imensa generosidade e fertilidade, gera brilho. Brilho que gera VIDA e essas VIDAS transformam os séculos e dão continuidade a vida humana.
Humanidade essa que com certeza já teria se extinto se não fosse o seu toque. Toque esse que ensina, humaniza, acalma, educa, cria, gera, desafia, impõe, luta, personaliza, transmite paz e dão e geram VIDA...

A única conclusão que pude ter depois de escrever tantas vezes a palavra VIDA foi à seguinte: Mulher é uma fada que dá VIDA em tudo que toca e trás luz e calor e paciência a humanidade.
Porem sei que meu pensamento por mais que, tentasse entender, nunca conseguiria exprimir o sentimento e a alma feminina. Então recorri a duas mulheres (sei que existem inúmeras  que conheci e que aqui tambem estão representadas), amigas companheiras para que expressem de uma maneira sutil e até mesmo resumida algumas de suas opiniões:

Ø  Vera Lúcia Fermiano, secretária executiva por profissão, feminista e militante do Movimento de Mulheres Negras. É integrante da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras e do Fórum de Mulheres Negras da GRANDFPOLIS. Fundadora e membro atuante da ONG feminista Casa da Mulher Catarina, atualmente exerce a presidência da entidade. E do “Grupo de Mulheres Negras COR de NAÇÃO

O aumento da violência se dá inclusive também pela ausência de denuncia, o agressor se esconde atrás da impunidade, por quanto às agressões, muitas das vezes não são somente físicas, na maioria das vezes erradicar a violência passa também por orientação da vitima como também o poder publico programar políticas publicas eficazes, considera ela também a melhor defesa a DENUNCIA, não abrir Mao desta "arma". Com relação às conquistas  faz questão de salientar que mulheres mesmo tratadas pela "CLT" sem distinção ainda percebem (mesmo exercido a mesma função) salários inferiores ao dos homens. Cita ainda cargos que anteriormente eram exercícios exclusivamente por homens (juízas de direito, motoristas taxis e ônibus, etc..), vistas de uma forma preconceituosa pelo mundo ou sociedade machista. Sabiamente conclui dizendo "A Educação é a única forma de mudança”

Ø  Giane B.Padilha -Estudante de Direito

A violencia contra mulher tem sua maior incidencia nos domicilios ou na passionalidade ( o homem ver a mulher como um objeto que lhe pertence ), pensa que aceitar a violencia,no sentido de não denunciar ,não tomar uma atitude agrava e faz com que a violencia se torne rotineira. Apesar de citar varios fatores quen as vezes possam impedir essa atitude, a dependencia finaceira ,os filhos, a familia,a sociedade, etc...
Com relaçaõ ao mercado de trabalho, a desigualdade, salarios baixos ou incompativeis e a dupla jornada, muitas vezes contribuem para desistimular a mulher, mas na maioria das vezes serve de estimulo para esta luta incasanvel.

No Brasil, atualmente, há mais mulheres que homens e elas ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho, e já são responsáveis pelo sustento de  24,9% dos domicílios brasileiros.

No que diz respeito à igualdade entre homens e mulheres, apesar de erradicadas as disparidades no que se refere à educação e saúde, nenhum país possui igualdade total entre homens e mulheres. E os pontos mais problemáticos continuam a ser a oportunidade profissional e econômica e a participação política.

No Brasil, por exemplo, existem três grandes obstáculos: o abismo salarial entre os dois sexos, os poucos cargos políticos ocupados por mulheres e a desigualdade no acesso à educação. As mulheres ocupam a maioria dos bancos das universidades e estudam mais que os homens, mas em termos proporcionais, ingressam menos que eles no Ensino Fundamental. A participação política também é desigual, pois apesar de mais da metade da população ser do sexo feminino, no Poder Legislativo a média de mulheres é de apenas 12%.
No aspecto legal, não há nada que possa obstruir a igualdade de gênero no país e então, podemos concluir que o que tem impedido que ela aconteça na prática é a barreira cultural, que impede a ascensão feminina a altos cargos nas empresas e no governo, especialmente em áreas não relacionadas à saúde, educação ou assistência social, campos tradicionalmente reservados às mulheres.

A Lei Maria da Penha tornou possível que agressores de mulheres no âmbito doméstico ou familiar sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada. Esses agressores também não podem mais ser punidos com penas alternativas, e o tempo máximo de detenção passou de um para três anos. Além disso, a lei prevê medidas como a saída do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação da mulher agredida e dos filhos.
Então, vamos à luta! À luta por educação, trabalho qualificado e remunerado, pois estas são as vias privilegiadas para a conquista da autonomia que nos possibilita realizar escolhas e decidir por nós  os rumos de nossas vidas!




7 de março de 2012

Declaração Universal dos Direitos da Mulher

ARTIGO PRIMEIRO
A mulher nasce e vive igual ao homem em direitos. As distinções sociais não podem ser fundadas a não ser no bem comum.
II
A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis da mulher e do homem: estes direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança, e sobretudo a resistência a opressão.
III
O princípio de toda soberania reside essencialmente na Nação, que não é nada mais do que a reunião do homem e da mulher: nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que deles não emane expressamente.
IV
A liberdade e a justiça consistem em devolver tudo o que pertence a outrem; assim, os exercícios dos direitos naturais da mulher não encontra outros limites senão na tirania perpétua que o homem lhe opõe; estes limites devem ser reformados pelas leis da natureza e da razão.
V
As leis da natureza e da razão protegem a sociedade de todas as ações nocivas: tudo o que não for resguardado por essas leis sábias e divinas, não pode ser impedido e, ninguém pode ser constrangido a fazer aquilo a que elas não obriguem.
VI
A lei dever ser a expressão da vontade geral; todas as Cidadãs e Cidadãos devem contribuir pessoalmente ou através de seus representantes; à sua formação: todas as cidadãs e todos os cidadãos, sendo iguais aos seus olhos, devem ser igualmente admissíveis a todas as dignidade, lugares e empregos públicos, segundo suas capacidades e sem outras distinções, a não ser aquelas decorrentes de suas virtudes e de seus talentos.
VII
Não cabe exceção a nenhuma mulher; ela será acusada, presa e detida nos casos determinados pela Lei. As mulheres obedecem tanto quanto os homens a esta lei rigorosa.
VIII
A lei não deve estabelecer senão apenas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido a não ser em virtude de uma lei estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada as mulheres.
IX
Toda mulher, sendo declarada culpada, deve submeter-se ao rigor exercido pela lei.
X
Ninguém deve ser hostilizado por suas opiniões, mesmo as fundamentais; a mulher tem o direito de subir ao cadafalso; ela deve igualmente ter o direito de subir à Tribuna; contanto que suas manifestações não perturbem a ordem pública estabelecida pela Lei.
XI
A livre comunicacão dos pensamentos e das opiniões é um dos direitos os mais preciosos da mulher, pois esta liberdade assegura a legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda cidadã pode, portanto, dizer livremente, eu sou a mãe de uma criança que vos pertence, sem que um prejulgado bárbaro a force a dissular a verdade; cabe a ela responder pelo abuso a esta liberdade nos casos determinados pela Lei.
XII
A garantia dos Direitos da mulher e da cidadã necessita uma maior abrangência; esta garantia deve ser instituída para o benefício de todos e não para o interesse particular daquelas a que tal garantia é confiada.
XIII
Para a manutenção da força pública e para as despesas da administração, as contribuições da mulher e do homem são iguais; ela participa de todos os trabalhos enfadonhos, de todas as tarefas penosas; ela deve, portanto, ter a mesma participação na distribuição dos lugares, dos empregos, dos encargos, das dignidades e da indústria.
XIV
As Cidadãs e os Cidadãos têm o direito de contestar, por eles próprios e seus representantes, a necessidade da contribuição pública. As cidadãs podem aderir a isto através da admissão em uma divisão igual, não somente em relação à adiministração pública, e de determinar a quota, a repartição, a cobrança e a duração do imposto.
XV
A massa das mulheres integrada, pela contribuição, à massa dos homens, tem o direito de exigir a todo agente público prestação de contas de sua administração.
XVI
Toda sociedade, na qual a garantia dos direitos não e assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem qualquer constituição; a constituição é nula, se a maioria dos indivíduos que compõ a Nação não cooperam à sua redação.
XVII
As propriedades pertecem a todos os sexos, reunidos ou separados; constituem para cada um, um direito inviolável e sagrado; ninguém disto pode ser privado, pois representa verdadeiro patrimônio da natureza, a não ser nos casos de necessidade pública, legalmente constatada, em que se exige uma justa e prévia indenização.


6 de março de 2012

MULHERES NEGRAS

A situação da mulher negra no Brasil de hoje manifesta um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças, pois ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do país. Inúmeras pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que a mulher negra , trabalha mais, porém com rendimento menor, e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente têm menos possibilidade de encontrar companheiros no mercado matrimonial. O Brasil, que se favoreceu do trabalho escravo ao longo de mais de quatro séculos, colocou à margem o seu principal agente construtor, o negro, que passou a viver na miséria, sem trabalho, sem possibilidade de sobrevivência em condições dignas. Com o incentivo do governo brasileiro à imigração estrangeira e à tentativa de extirpar o negro da sociedade brasileira, houve maciça tentativa de embranquecer o Brasil.
Provavelmente o mais cruel de todos os males foi retirar da população negra a sua dignidade enquanto raça remetendo a questão da negritude aos porões da sociedade.
A pobreza e a marginalidade a que é submetida a mulher negra reforça o preconceito e a interiorização da condição de inferioridade, que em muitos casos inibe a reação e luta contra a discriminação sofrida. O ingresso no mercado de trabalho do negro ainda criança e a submissão a salários baixíssimos reforçam o estigma da inferioridade em que muitos negros vivem. Contudo, não podemos deixar de considerar que esse horizonte não é absoluto e mesmo com toda a barbárie do racismo há uma parcela de mulheres negras que conseguiram vencer as adversidades e chegar à universidade, utilizando-a como ponte para o sucesso profissional.
Embora o contexto adverso, algumas mulheres negras vivem a experiência da mobilidade social processada em “ritmo lento”, pois além da origem escrava, ser negra no Brasil constitui um real empecilho na trajetória da busca da cidadania e da  ascensão social.como é difícil a mobilidade ascensional da negra - especialmente na conquista de um emprego melhor, pois a maioria das negras trabalha na informalidade, ou como empregadas domésticas.
As mulheres negras que conquistam melhores cargos no mercado de trabalho despendem uma força muito maior que outros setores da sociedade, sendo que algumas provavelmente pagam um preço alto pela conquista, muitas vezes, abdicando do lazer, da realização da maternidade, do namoro ou casamento. Pois, além da necessidade de comprovar a competência profissional, têm de lidar com o preconceito e a discriminação racial que lhes exigem maiores esforços para a conquista do ideal pretendido.
Á medida que a mulher negra ascende, aumentam as dificuldades especialmente devido à concorrência Em serviços domésticos que não representam prestígio não há concorrência e conseqüentemente as mulheres negras têm livre acesso.. A população negra trabalha, geralmente, em posições menos qualificadas e recebe os mais baixos salários.
A mulher negra, portanto, tem que dispor de uma grande energia para superar as dificuldades que se impõe na busca da sua cidadania. Poucas mulheres negras conseguem ascender socialmente. Contudo, é possível constatar que está ocorrendo um aumento do número de mulheres negras nas universidades nos últimos anos. Talvez a partir desse contexto se possa vislumbrar uma realidade menos opressora para os negros, especialmente para a mulher negra.
Contudo, cabe ressaltar a experiência de mulheres negras na luta pela superação do preconceito e discriminação racial no ingresso no mercado de trabalho. Algumas mulheres atribuem a “façanha” da conquista do emprego do sucesso profissional a um espírito de luta e coragem, fruto de muito esforço pessoal, e outras ainda, ao apoio de entidades do movimento negro.
A discriminação racial na vida das mulheres negras é constante; apesar disso, muitas constituíram estratégias próprias para superar as dificuldades decorrentes dessa problemática.

3 de março de 2012

Dupla jornada de trabalho - Mulheres Verdadeiras Heroínas

Grande parte das mulheres chegam do emprego e têm uma outra jornada em casa
Independente de serem ou não casadas, as mulheres depois de terem lutado e conquistado um espaço melhor ou superior o de muitos homens no mercado de trabalho, enfrentam cada vez mais a dupla jornada de trabalho imposta pela sociedade.
Trabalhar e cuidar da casa. Trabalhar e dar atenção ao marido. Trabalhar e não esquecer de se cuidar como mulher. Cada vez mais a mulher ocupa espaço no mercado de trabalho e tem que lidar com situações de ter um trabalho fora e um trabalho em casa.
A sociedade ainda não aceitou completamente o papel da mulher de negócios ou o fato de a mulher ser muitas vezes pai e mãe ao mesmo tempo. Em alguns casos, quando o casal trabalha, o marido acaba assumindo alguns papéis da vida doméstica, o que também não faz parte da nossa cultura. Em outros casos, essas mulheres executivas contam com uma equipe para dar suporte na organização da casa e no atendimento aos filhos. . "Se essa mulher tiver que dar menos atenção para algum dos seus papéis, com certeza vi abrir mão de alguns cuidados com ela mesma como mulher, não como mãe e nem como profissional".
Na nossa sociedade, sempre fomos acostumados com a figura do homem saindo cedo para trabalhar e voltando tarde, e nesse sentido a mulher é muito mais cobrada quando trabalha. Maria Amélia dá o exemplo das crianças que, quando o pai chega do trabalho, sempre se acostumaram a ouvir até da própria mãe que ele está cansado. Já a mulher que trabalha fora tem que ser mãe, esposa, tem que cumprir os papéis de mulher na academia, mulher no salão de beleza, mulher amante... "A cobrança em cima do sexo feminino é maior e daí vem o sentimento de culpa que nasce em algumas mulheres quando não conseguem fazer tudo ou sentem que estão faltando em algum sentido".

Para a mulher também é mais difícil separar as questões domésticas das questões do trabalho porque a mulher é comparativamente mais emocional. Um problema ou uma pendência faz com que sua qualidade no estar com a família ou o seu trabalho fique comprometida. Esse drama de consciência só pode ser administrado quando a mulher resolve conhecer sua fragilidade e assumir que não pode ser tudo e que ter problemas é perfeitamente normal. "A síndrome da mulher-maravilha, que é tudo e faz tudo é o que acaba frustrando as executivas"




2 de março de 2012

Conquistando Seu Espaço


No século dezenove, alguns pensadores já cogitavam a idéia de que no futuro, teríamos uma sociedade, governada pelas mulheres, sociedade matriarcal, que desbancaria a sociedade da época, sociedade patriarcal, governada por homens, na qual, as mulheres tinham pouco ou nenhum valor. Às mulheres cabiam basicamente, as atribuições de afazeres domésticos, trabalharem na lavoura e a maternidade.
 Não lhes era reconhecido o direito ao trabalho e muito menos ao salário, que quando era pago, era muito inferior ao salário dos homens Reflexões da antiguidade à parte, o mundo moderno, já apresenta uma relevante predominância do mundo feminino sobre o mundo masculino. Antigamente havia empregos e serviços para “homens” e “mulheres”, hoje, as mulheres já fazem todo tipo de serviço, muitas vezes com melhor qualidade que os próprios homens.
É comum, ver-se mulheres nos tribunais, exercendo com maestria a profissão de advogadas, promotoras, juízas, profissões que eram antigamente, exclusivamente “para” os homens, vemos hoje mulheres ao volante de enormes carretas e ônibus, executando o serviço com mais habilidade e segurança do que muitos homens.
Há a presença feminina em todos os níveis executivos das empresas e do governo, muitos países têm na presença feminina, seus primeiros mandatários, que, diga-se de passagem exercem esses cargos com muita competência, as forças de segurança, federais, estaduais e municipais, todas, já têm grande número de mulheres exercendo inclusive, cargos de alto comando. As mulheres são muito mais sensíveis que os homens, por exemplo, aos problemas sociais, são mais duras de serem corrompidas, têm mais pudor em corromper, administram com equidade e equilíbrio, empresas administradas por mulheres, são em geral bem sucedidas.
Parabéns às nossas mulheres, a todas elas, pela conquista que fizeram, pelos degraus que foram galgados em muitos anos de lutas. Porém, toda ação incorre numa reação, todas as conquistas adquiridas pelas mulheres, impõe-lhes conseqüências. Elas estão muito mais competentes e desenvolvidas, adquiriram direitos praticamente iguais aos dos homens.
As mulheres ainda enfrentam hoje, apesar das profundas transformações sociais, políticas e económicas do mundo, o estigma da discriminação salarial. Conquistaram o direito ao trabalho, estão nas fábricas, nos serviços e nas universidades, muitas vezes em maioria, mas continuam a ganhar menos.
Perante esta realidade, há todos os motivos para que o 8 de Março seja o dia das Vozes das mulheres, em tom de reivindicação mas também em tom de festa e celebração.
 

 “O que importa são as batalhas travadas e não apenas as que se ganham”.


1 de março de 2012

Violência Contra Mulher

Existem vários tipos de armas utilizadas na violência contra a mulher, como: a lesão corporal, que é a agressão física, como socos, pontapés, bofetões, entre outros; o estupro ou violência carnal, sendo todo atentado contra o pudor de pessoa de outro sexo, por meio de força física, ou grave ameaça, com a intenção de satisfazer nela desejos lascivos, ou atos de luxúria; ameaça de morte ou qualquer outro mal, feitas por gestos, palavras ou por escrito; abandono material, quando o homem, não reconhece a paternidade, obrigando assim a mulher, entrar com uma ação de investigação de paternidade, para poder receber pensão alimentícia.
Mas nem todos deixam marcas físicas, como as ofensas verbais e morais, que causam dores,que superam, a dor física. Humilhações, torturas, abandono, etc, são considerados pequenos assassinatos diários, difíceis de superar e praticamente impossíveis de prevenir, fazendo com que as mulheres percam a referencia de cidadania.
A violência contra a mulher, não esta restrita a um certo meio, não escolhendo raça, idade ou condição social. A grande diferença é que entre as pessoas de maior poder financeiro, as mulheres, acabam se calando contra a violência recebida por elas, talvez por medo, vergonha ou até mesmo por dependência financeira.
Atualmente existe a Delegacia de Defesa da Mulher, que recebe todas as queixas de violência contra as mulheres, investigando e punindo os agressores. Como em toda a Polícia Civil, o registro das ocorrências, ou seja, a queixa é feita através de um Boletim de Ocorrência, que é um documento essencialmente informativo, todas as informações sobre o ocorrido visam instruir a autoridade olicial, qual a tipicidade penal e como proceder nas investigações.
Toda a mulher violentada física ou moralmente, deve ter a coragem para denunciar o agressor, pois agindo assim ela esta se protegendo contra futuras agressões, e serve como exemplo para outras mulheres, pois enquanto houver a ocultação do crime sofrido, não vamos encontrar soluções para o problema.
A população deve exigir do Governo leis severas e firmes, não adianta se iludir achando que esse é um problema sem solução. Uma vez violentada, talvez ela nunca mais volte a ser a mesma , sua vida estará margeada de medo e vergonha, sem amor próprio, deixando de ser um membro da comunidade, para viver no seu próprio mundo.

Devemos cultivar a vida, denunciando todos os tipos de agressões (violência) sofridas.

Como denunciar
A primeira ação a ser tomada após a agressão é ligar para a polícia - 190 - que vai fazer a ocorrência. O policial informa os direitos da vítima, que pode acompanhá-lo até a delegacia de imediato para fazer a denúncia ou esperar o próximo dia útil para fazer o exame de corpo delito e formalizar o registro na Delegacia de Mulheres. Após isso, ela será encaminhada à Casa Abrigo.
É importante que todos os que receberem a vítima, principalmente os policiais, trate-a de forma isenta, sem influenciar o caso.

6ª DP/Delegacia da Mulher e do Menor (Florianópolis)
(48) 3228 5304
ou emergências no 180