28 de março de 2012

Novo Plano Diretor propõe túnel na Trindade e transporte marítimo ligando Ilha e Continente

Anteprojeto foi apresentado nesta terça-feira em audiência pública e será discutido em mais encontros regionais


img Aline Torres
@alinetorres_ND
Florianópolis

Marco Santiago/ND
Prefeitura apresentou nesta terça-feira o anteprojeto do Plano Diretor



Há seis anos é discutida a elaboração do novo Plano Diretor de Florianópolis, mas o ano eleitoral foi escolhido pelos representantes do município para votação e encaminhamento para a Câmara de Vereadores do documento até o fim deste semestre. O anteprojeto foi apresentado, resumidamente, na noite de ontem. São 373 artigos, que propõem a nova cara da cidade e discutem questões básicas como saneamento, crescimento urbanístico, mobilidade, ocupação do solo e preservação ambiental.

Durante a segunda semana de abril serão detalhados os temas para comunidade, que irá aprovar (ou vetar como em 2010) as propostas. As principais mudanças serão a criação de uma rodovia no meio da Ilha ligando o Norte ao Sul; a transformação das praias do Norte e da região do Campeche em pólos urbanísticos e a obrigatoriedade para que construções sejam ocupadas.

Está na pauta, também, a discussão sobre o limite das construções, que não será mais estabelecido por número de andares, mas por metragem (a equipe de engenharia irá especificar os dados no dia 9 de abril). A prefeitura explicou que se não houver estrutura – saneamento, mobilidade – a metragem máxima não poderá ser construída. Mas não cita o mesmo para a mínima.

Serão construídos centros de lazer e cidadania em 13 distritos do município, e ciclovias interligando a Capital. Há projeto para a construção de um túnel na Trindade, para melhorar o fluxo no trânsito; e transporte marítimo, ligando Ilha e Continente em três pontos-extremos e central.

O prefeito Dario Berger exaltou que “o Plano Diretor deixará a cidade mais verde”, pois serão ampliados os terrenos nas áreas de preservação de 42% para 52%. E nas áreas de amortecimento – planícies e encostas, de 17% para 22%. Mas o Continente perderá as áreas vegetais.

O prefeito ressaltou que o Plano Diretor deve “caminhar junto com o Plano de Manejo da futura administração” para execução integral das decisões aprovadas.

Polêmica entre lideranças e município

- Não há consenso entre grupo comunitário e sociedade civil sobre o Plano Diretor. As abordagens variam de acordo com as regiões de Florianópolis. Mas há um ponto de unanimidade: as pesquisas, debates e aprovações do Núcleo Gestor não foram incorporadas ao atual projeto.

- Durante três anos, de 2006 a 2009, foram realizadas diversas audiências nas comunidades para pontuar necessidades de cada região. Em 2009, o prefeito Dario Berger extinguiu o Núcleo Gestor, e contratou a empresa argentina Cepa para realizar o estudo.

- Édio Fernandes, presidente dos Amigos do Estreito, lamenta o esforço para unir a população nos anos anteriores. “Nosso empenho foi desvalorizado.”

- Os mapas das condicionantes ambientais não foram apresentados. “Esse é um alerta do Ministério Público Federal, que aponta irregularidades nessa proposta”, afirmou Telma Piacentini, liderança do Campeche.

- A prefeitura salienta que as condicionantes ambientais estão descritas no projeto e serão detalhadas nas próximas apresentações.

Publicado em 27/03-23:24 por: Paulo Jorge Pereira Cassapo Dias Marques.
Atualizado em 28/03-11:13   Noticia do Dia

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