A tesoureira da associação comunitária Maria Gorete Pereira levou as mãos ao rosto quando viu a pedra rolar para dentro de sua casa vazia. A Defesa Civil não tinha previsto que a estrutura poderia ser atingida, na tarde desta terça-feira, durante a implosão de uma rocha na comunidade de Vila Aparecida.
O primeiro susto foi no almoço de Natal, no domingo, quando um pedaço da pedra de sete metros de altura caiu a menos de três metros da casa, que logo foi interditada. Como havia risco do restante desmoronar, a Defesa Civil considerou a implosão necessária.
— Até sexta-feira ela pode voltar para casa. Também falei com a assistente social para conseguir o leite da criança — garante Bittencourt.
O relógio marcava 14h25min de terça-feira, quando os explosivos plásticos foram acionados. Parte da rocha foi parar no quarto da filha caçula, de 3 anos. O guarda-roupas, onde ficavam cinco caixas de leite sem lactose, foi destruído. Maria Gorete ficou desesperada ao ver a parede e assoalho do cômodo da casa de madeira azul, construída há dois anos, arruinada.Se a promessa for cumprida, a tesoureira da associação pode enxugar suas lágrimas. O secretário de Habitação em exercício, Nelson Bittencourt afirmou que a prefeitura vai consertar os estragos da pedra.
— Até sexta-feira ela pode voltar para casa. Também falei com a assistente social para conseguir o leite da criança — garante Bittencourt.
Com Maria Gorete, moram 11 pessoas de três famílias. Na noite de segunda para terça-feira, eles desconsideraram a determinação da Defesa Civil, e dormiram na casa interditada. Na tarde de ontem, o grupo não sabia onde ficariam até sexta.
— Não conseguimos encontrar nenhuma morada para alugar por R$ 300 — valor do aluguel social, repassado pela prefeitura — afirma Alexsandra Pereira de Souza, de 27 anos, filha de Gorete.
O secretário de Habitação também considera a contribuição baixa. De acordo com ele, é um patamar estipulado há cerca de três anos e estaria defasado.
Tinha de ser no mínimo R$ 500 — acredita.
De acordo com a Defesa Civil de Florianópolis, todo o maciço é composto por pedras. A área é considerada um dos principais pontos de riscos da Capital.
fonte dc Roberta Kremer |
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